Lya Luft disse:

"Plantar um bosque na alma, e curtir a sombra, o vento, a chuva, as crianças, o sossego. Não precisam ser reais. Eu até acho que a realidade não existe: existe o que nós criamos, sentimos, vemos ou simplesmente imaginamos".

Banana nanica

Estava no supermercado comprando bananas quando um simpático, interessante e misterioso moço ao meu lado pergunta:
- Você sabe quais são as bananas nanicas? E as bananas maçã?
A situação seria simples se não fosse o olhar intimador do moço. Rapidinho dei uma avaliada no tipo e fiz cara de quem sabia o que falava.
- Essas são as nanicas. (estava escrito na etiqueta).
Mirando dos meus pés à cabeça ele diz:
- De nanica não tem nada.
Sem levar banana alguma ele se despede, diz obrigado e segue empurrando o carrinho.
Vai entender!

Aos amigos de sempre e para sempre...

Gracas quero dar ao divino labirinto
dos efeitos e das causas,
Pela diversidade das criaturas
que formam esse singular universo.
Gracas quero dar pela arte da amizade
e pelo amor que nos faz ver os outros
como os ve a divindade!

Autor: Borges

07/abril - Dia do Jornalista

Ser JORNALISTA é... ser tomado pelas palavras.

Bloquinho, caneta e câmera na mão... basta para estarmos em ação. Realização é consequência. Cerceação também!

A lição dos fios brancos

Era uma manha de domingo, maio de 2010, e eu estava na casa da minha amiga Nete, em Londres. Enquanto ela preparava o cafe eu, ainda usando meu pijama e com aquela cara de sono pos balada, mexia no meu cabelo. Surpreendentemente me deparei com um longo fio branco. Congelei por alguns segundos. Ao retomar a fala exorcizei o maldito com um grito: O QUE????? CABELO BRANCO???? Uma fracao de segundo foi o suficiente para produzir um caminhao de besteiras mentais.

Estou ficando velha!!! Estah na hora de tomar um rumo!!! Se o cabelo estha ficando branco significa que rugas, peitos caidos, bracos e pernas flacidas.... vao tomar conta de mim. NAOOOOOOOOOOOOO!!!!!! Nao foi facil encarar esse momento e para acentuar um pouco mais o drama, encontrei um companheiro para o danadao. Agora ja eram dois e logo se multiplicaria.

A Nete nao percebeu o tamanho do meu conflito e soh ria de mim dizendo: eh assim mesmo!!! Dentro de mim um dialogo: eh assim mesmo um C.... meu cabelo eh marrom escuro e nao tem nada de perder a tonalidade, alem do mais eu nao to velha. Ou estaria???

Por desaforo enrolei os tais branquinhos num guardanapo e guardei na agenda. Sim, aquele momento era um marco na minha vida. Significava que eu ja havia ultrapassado a infancia, adolescencia e agora encarava a "maturidade". Revolta e angustia era tudo o que traduzia meu estado de espirito. Nao aceitei de jeito algum. Muitas pessoas tem dificuldade de aceitar as transformacoes da adolescencia e nao querem se despedir de suas bonecas, amigos imaginarios, motocas, espadas.... e conviver com espinhas, o surgimento de pelos intrometidos onde antes nao existia entre tantas outras novidades.

Comigo foi diferente. Vibrei com tudo o que a adolescencia trouxe. Queria "ficar grande" para fazer tudo o que os "grandes" faziam. Curti! Vivi esse periodo com intensidade. Saia com as amigas, dava beijo, incomodava na sala de aula, nao gostava de estudar, estava sempre rindo e falando besteira, sonhava e sofria com as mais intensas paixoes... vivia do meu jeito. Esse periodo comecou por volta dos 13 anos, ou seja, passaram-se 21 anos para a vida me apresentar a nova e conflitante fase: maturidade. O que remete a responsabilidade, seriedade, idade...

O que eu pensava da vida? Que tudo era Alice no pais das maravilhas e que o coelhinho branco estaria para sempre no meu caminho conduzindo-me as mais diferentes alucinacoes? Talvez sim. Eis a questao.

Se nao ha nada que eu possa fazer contra as acoes do tempo, entao eh mais facil pensar no que eu posso fazer para minimizar tal confusao. Para aliviar a alma e o coracao eu lancei um comprometimento comigo mesma. Para cada fio branco um agradecimento ao que de bom aconteceu ao longo desses 34 anos e em consideracao a maioria dos fios que ainda sao marrons um pedido: aproveitar mais cada momento da minha vida com a mesma intensidade de quando eu tinha meus 13, 15, 18... anos.

Portanto, criei uma lista de prioridades: fazer mais happy hours com os amigos, sair para dancar, ir mais ao cinema, correr no parque, viajar, ler mais, dar a chance de fazer nada sem sentir-se culpada, ler bons livros, fumar cannabis e a promessa mor: quando um moreno gostoso cruzar o meu caminho... que eu desfrute por inteiro.